Zero
O zero é uma idéia relativamente recente. Esse símbolo surgiu por volta do século VIII depois de Cristo, conforme registros de textos matemáticos indianos de uma Escola de Pensamento decorrente do hinduísmo e do budismo. Essa Escola buscava a transcendência e superação do Karma através da renúncia ao mundo material. O nada era o caminho para o Nirvana.
A devoção ao vazio deu origem ao conceito do zero, absorvido pela matemática e pela metafísica. Na matemática ele se tornou um número e seu nome em sânscrito, “Sunya”, significa “vazio”.
Os comerciantes árabes foram os responsáveis pela divulgação do zero em outras culturas e também pela introdução do número zero na matemática prática. Mas no ocidente, principalmente no mundo católico, o zero era considerado número do diabo, tanto que o inventor do relógio mecãnico Silvestre II (que foi Papa de 999 a 1003), teve que usar os algarismos romanos em sua invenção.
Em consequência do zero surgiram os números negativos. Matemáticos, rosa cruzes e alquimistas se curvaram diante da grande novidade e, apesar de não fazer sentido no mundo real, os números negativos faziam sentido dentro do sistema.
Inicialmente o zero era usado após o número 9, somente no século XVI, quase na Era da Razão, é que o zero foi finalmente colocado antes do número 1 e o conceito dos números irracionais começou a ser desenvolvido. O zero se tornou indispensável para nossas vidas como seu uso transformou a maneira como vemos a natureza e nossas atitudes a respeito de nós mesmo.
Inicialmente o zero representava o vazio (Sunya) e mais tarde, traduzido para o latim como Chiffra passou a traduzir o conceito de “nada” formando as bases do ateísmo, a negação do espiritual e a não-existência após a morte.
O zero é, nos tempos atuais, parte do sistema que revolucionou a comunicação mundial e transformou nossas vidas em todos os aspectos. O sistema binário permite fazer operações lógicas e aritméticas usando apenas dois dígitos ou dois estados (sim e não, falso e verdadeiro, tudo ou nada, 1 ou 0, ligado e desligado). Toda eletrônica digital, computação e programação está baseada nesse sistema.
É praticamente impossível imaginar a vida sem o zero. Ele já existia antes do inicio e ainda estará aqui depois do fim de tudo. Nada é mais absoluto que o nada. Nada é mais concreto que o vazio.
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