Pelados Com Causa II






Ok, a nudez chama mesmo a atenção. E dependendo de quem estiver sem roupas, pode chamar muita atenção.
Para os povos primitivos a nudez não significava nada. E as roupas significavam menos ainda. Mas para os povos das regiões mais frias, cobrir o corpo era uma necessidade e, com o passar do tempo, as roupas passaram a ter conotação de status, de posição na hierarquia social do grupo.
E a medida que os povos vestidos foram conquistando outros povos, impondo seus costumes e cultura, a nudez deixou de ser uma coisa natural. Virou vergonha, crime, doença...
Por volta de 1930 a medicina enfim reconheceu as virtudes terapêuticas da exposição aos raios solares, aconselhando as pessoas a frequentarem praias e piscinas. Surgiu então o Naturismo e o nudismo voltou a ser praticado em alguns poucos países e para os mais tímidos surgiram os trajes de banho que foram diminuindo gradativamente.
Inspirado por uma revista de fisioculturismo lançada em 1908, o fotógrafo Bob Mizer lança em 1952 a Physique Pictorial, uma publicação que usava a pratica de musculação e outros exercícios como desculpa para estampar fotos de rapazes nus. Direcionada ao público gay da época, a revista tornou-se um grande sucesso e inspirou o lançamento de muitas outras publicações do gênero.
Na década de 60, os hippies tentaram resgatar o aspecto natural da nudez, bem como do amor livre e da integração do homem com o meio ambiente. As artes de uma forma geral absorveram os ideais hippies e, tanto no teatro quanto no cinema, assim como nos festivais de música e nas artes plásticas, a nudez foi explorada ao extremo.
Foi nesse período que ela passou a ser usada também como instrumento de protesto. Tirava-se a roupa por qualquer motivo. Contra a guerra do Vietnã (Central Park - 1968) ou contra a invasão da polícia no bar gay Stonewall (Greenwich Village - 1969).
A nudez vem sendo usada desde então em prol de diversas causas: Contra o uso de casacos de pele, contra a crise na agricultura, contra o aquecimento global, contra governos corruptos... enfim mostre-me uma causa e eu tiro a calça! Bem, eu talvez não... mas muita gente pensa assim.
Um dos movimentos que mais tem crescido em todo mundo é o WNBR ou World Nude Bike Ride. Trata-se de um passeio anual que reúne centenas e milhares de ciclistas nas principais capitais e cidades do mundo civilizado (entendam como quiserem), todos nús ou semi-nus, chamando a atenção para a necessidade de trocar os automóveis por bicicletas.
O WNBR começou em 2001 em Zaragoza, Espanha. Em 2008 foram 70 cidades em todo o mundo, entre elas Londres, Sidney, Viena, Bruxelas, Montreal, Toronto, Praga, Paris, Berlim, Amsterdã e Cidade do México.
Em São Paulo o evento aconteceu pela primeira vez em 2008 e reuniu cerca de 200 corajosos pioneiros para um passeio que foi da Av. Paulista ao 78º DP na Rua Estados Unidos. É, porque embora o material de divulgação do WNBR São Paulo dissesse que a nudez era opcional, a polícia pensava absolutamente o contrário e, o evento que acontece em todo o mundo com o apoio da polícia e sem nenhum tipo de violência, aqui no Brasil foi bem diferente. Teve ciclista levando chute no saco, tapa na cabeça e alguns foram presos.
Eu proponho uma passeata de pelados contra a polícia brasileira!

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